Os fragmentos de cores voavam pelo quarto

E o artista os contemplava indiferentemente.

O que os movia? Quem os fizera?

Os fragmentos de cores aguardavam uma ordem:

Aleatórios, iam e vinham, rolavam assimetricamente.

 

Pés quebrados juntaram-se aos sonetos perfeitos métricas rimas consonâncias

E os desafinados ousaram grafitar e pincelar

Desafiando a falta de um muro uma tela um papel.

 

Pedaços de vocábulos voavam pelo quarto do artista

E polifonias de vento se batiam com os meios-tempos e compassos réguas cordas

Tabelas inacabadas

Escalas exóticas

Acordes imperfeitos

 

O artista no quarto que não é seu.

São dele as cores palavras sons que volutam e o seduzem

Envolvendo o artista e o fascinando

 

Eis quer o artista um alívio e clama pela musa

Dá-me voz!

E ela aparece feito um vento que não se vê, e responde

Fala, meu artista, explode a tua arte! Se quer inspiração, diz e ela aí está.

 

O artista enlouquece de tanta pressão

Sai do quarto

Esse quarto não é meu! Some, desaparece, musa!

 

A musa responde

Organiza os teus delírios e o poema aparecerá

Com todas suas tintas cores sons melodias acordes escalas palavras sincopadas

 

E o artista dançou uma pintura poética.

Depois, descansou.

E a musa disse

Eu volto, não precisa pedir.

 

This poem is about: 
Me

Comments

Additional Resources

Get AI Feedback on your poem

Interested in feedback on your poem? Try our AI Feedback tool.
 

 

If You Need Support

If you ever need help or support, we trust CrisisTextline.org for people dealing with depression. Text HOME to 741741